EVENTOS

AFESMIL NO DIA MUNDIAL DA POESIA

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Com alegria e entusiasmo apresento a iniciativa da Academia Feminina Sul-mineira de Letras – Afesmil em participar do dia mundial da poesia que celebramos em 21 de março.

A data foi pensada objetivando contribuir para estreitar laços artísticos e culturais,    necessários ao congraçamento de povos e nações; pretende ainda, incentivar a arte literária, despertar o gosto pelo ler e escrever, promover a diversidade de línguas como fortalecimento social, pessoal e internacional.

Tudo começou em 1999 quando a Unesco em sua trigésima conferência, pensou em homenagear a poesia em diferentes idiomas, para também fortalecer identidades entre povos e nações e assim contribuir para o seu objetivo maior que é a paz no mundo.

Terão participação no evento virtual as acadêmicas correspondentes, como tradutoras de poemas nos idiomas francês, inglês e espanhol de autoras icônicas da literatura mundial.

Foi uma honra e uma alegria apresentar esse evento, a AFESMIL cresce a cada ação realizada.

Ivani Marchesi

Acadêmica correspondente, mãe de planta, de bicho e de gente.


Acadêmica correspondente Maria Luiza Lana Salomão
Poema  –  Angoisse fossile
Autora –  Rim  Battal
Idioma – Francês

Les amantes, pareilles aux amants, demandent si
à tout hasard, sait-on jamais,
à défaut d’être
premier, unique ou meilleur coup
est-elle, est-il, le dernier

Avec des mots, je ne sais rien,
avec un derme un souffle,
tout me revient d’un coup
je revis, je revois
leurs gestes premiers, les manières de l’enfance, la saveur de vanille
et la panique de maman qui ne reviendra plus mais qui revient chaque
soir et toujours la panique et le drame avorté

Avec des mots, je ne dis rien
avec les mains, la cuisse accueillante, le gigot qui gigote, l’œil ouvert, je
donne ce que j’ai à donner,
je répare, j’absous
comme le font les très vieux enfants
puis je dors comme un loir dans mon corps qui pèse un drame

Tradução: 

As amantes, assim como os amantes, perguntam se
por acaso, quem sabe,
se não são
o primeiro, o único ou o melhor caso
são elas, são eles, os últimos

Com palavras, eu não sei de nada,
com a pele e a respiração,
tudo volta de repente
eu revivo, revejo
seus primeiros gestos, modos de infância, o sabor de baunilha
e o pânico da mãe que não voltará, mas que volta todas as noites e sempre o
pânico e o drama abortado

Com palavras, eu não digo nada
com as mãos, a coxa acolhedora, a perna que se mexe, o olho aberto, eu dou o
que tenho para dar,
eu conserto, eu absolvo
como fazem os muito velhos crianças fazem
então eu durmo como um bebê (comme un loir) em meu corpo que pesa um drama

 

 


Acadêmica correspondente Clarissa Machado
Poema  – DAME LA MANO
Autora – Gabriela Mistral
Idioma – Espanhol

Dame la mano y danzaremos;
dame la mano y me amarás.
Como una sola flor seremos,
como una flor, y nada más…
El mismo verso cantaremos,
al mismo paso bailarás.
Como una espiga ondularemos,
como una espiga, y nada más.
Te llamas Rosa y yo Esperanza;
pero tu nombre olvidarás,
porque seremos una danza
en la colina y nada más…

(Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/iberoamerica/chile/gabriela_mistral.html)

 

Tradução: 

Dá-me tua mão e dançaremos;
dá-me tua mão e me amarás.
Como uma só flor nós seremos,
como uma flor, e nada mais.
O mesmo verso cantaremos,
ao mesmo passo bailarás.
Como uma espiga ondularemos,
como uma espiga, e nada mais.
Chamas-te Rosa e eu Esperança;
porém teu nome esquecerás,
porque seremos uma dança
sobre a colina, e nada mais.

(Tradução: Clarissa Machado)

 


Acadêmica correspondente Maria Inês
Poema  – Mother and Child
Autora – Louise Glück
Idioma – Inglês

 

We’re all dreamers; we don’t know who we are.
Some machine made us; machine of the world, the constricting family.
Then back to the world, polished by soft whips.
We dream; we don’t remember.

Machine of the family: dark fur, forests of the mother’s body.
Machine of the mother: white city inside her.
And before that: earth and water.

Moss between rocks, pieces of leaves and grass.
And before, cells in a great darkness.
And before that, the veiled world.

This is why you were born: to silence me.
Cells of my mother and father, it is your turn
to be pivotal, to be the masterpiece.

I improvised; I never remembered.
Now it’s your turn to be driven;
you’re the one who demands to know:

Why do I suffer? Why am I ignorant?
Cells in a great darkness. Some machine made us;
it is your turn to address it, to go back asking
what am I for? What am I for?

 

Tradução: Pedro Gonzaga

Somos todos sonhadores; não sabemos quem somos.
Alguma máquina nos criou; a máquina do mundo, a constritiva família.
Então, de volta ao mundo, polidos por suaves chicotes.
Sonhamos; não lembramos.

A máquina da família: pelagem negra, florestas do corpo materno.
A máquina da mãe: a cidade branca dentro dela.
E antes disso: terra e água.
Musgo entre as pedras, pedaços de folha e grama.

E antes, células numa imensa escuridão.
E antes disso, o mundo velado.

É por isto que você nasceu: para me calar.
Células de minha mãe e pai, é a sua vez
de ser fundamental, de se tornar uma obra-prima.

Eu improvisei; eu nunca me lembro de nada.
Agora é sua vez de se deixar guiar;
é você quem exige saber:

Por que eu sofro? Por que sou ignorante?
Células numa imensa escuridão. Alguma máquina nos criou; é sua vez de se dirigir a ela, de ficar perguntando
qual é meu propósito? Qual é meu propósito?

 

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